O uso de explosivos na construção civil é mais comum do que imaginamos. É que apesar de, na maioria das vezes, associarmos o uso de explosivos por parte de mineradoras e pedreiras, o emprego de explosivos na construção civil pesada por meio de obras como hidrelétricas, portos e estradas consome boa parcela dessa ferramenta da engenharia de escavação, sejam eles produtos nacionalmente fabricados ou importados.
Reforçando o conceito do uso de explosivos no setor de construção civil, podemos mencionar obras como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Jirau e Teles Pires. Em se tratando do modal rodoviário, podemos ilustrar esse texto citando exemplos como o Rodoanel e a Serra do Cafezal. Outras obras de grande importância logística no Brasil, que contaram com o emprego de explosivos, são o metrô em São Paulo, porto no Rio de Janeiro, ferrovia Transnordestina e Norte-Sul, além da própria transposição do Rio São Francisco.
A Valmon Consultoria e Treinamento tem experiência com o uso de explosivos na construção civil, nos mais diversos cenários. Na página Consultoria para Mineradoras e obras civis, você tem acesso a mais informações.
Uso de Explosivos na Construção Civil: exemplos
De qualquer forma, como destacamos nas linhas anteriores, o uso de explosivos na construção civil abrange inúmeras possibilidades. Peguemos o exemplo do emprego de explosivos em túneis. Nesse tipo de obra, é natural que exigências feitas à prestadora de serviço se façam ainda mais presentes, tendo em vista o emprego de material explosivo nas adjacências de moradias e outras estruturas (como torres de alta tensão). A própria vistoria cautelar é uma das etapas que antecedem os desmontes de rochas com explosivos.
Uma das técnicas muito conhecidas em desmonte de rochas com explosivos, envolvendo túneis, é o embocamento a ser realizado com solo proveniente da própria escavação. Amistosamente falando, se trata de um tapamento da abertura do túnel afim de se evitar o lançamento de fragmentos rochosos além dos limites de segurança pré-definidos.
A preocupação das partes envolvidas com medidas de segurança envolvendo o desmonte de rochas com explosivos, no caso de obras civis, deve ser ainda mais intensa – tendo em vista a proximidade com bens públicos e privados.
Além da aplicação de solo para conter ocorrências indesejáveis como o ultra-lançamento, é recorrente a utilização de mantas de proteção, cuja finalidade é impedir o dano de estruturas envoltas por parte de fragmentos rochosos. Isso se faz possível graças à capacidade dessas mantas de absorver grande parte da energia liberada pelos gases provenientes da detonação do explosivo.
Existem diversos tipos de mantas de borracha que podem ser aplicadas tanto para túneis quanto para outras escavações envolvendo, por exemplo, trincheiras ou valas, onde posteriormente serão posicionados dutos.
As dimensões e pesos variam com o fabricante, alguns chegando à 400 kg. Você sabia que o material empregado na confecção dessas mantas de proteção (conhecidas como blasting mats) pode variar desde pneus reciclados às esteiras de correias transportadoras inutilizadas? Se trata de uma abordagem que combina sustentabilidade (reuso) bem como fatores econômicos, ainda que envolva processo fabril específico com posicionamento de cabos de aço e outros rearranjos.
Um exemplo muito comum envolvendo o uso de explosivos na construção civil é a demolição. Seja ela de menor escala como pilares de pontes, ou edificações complexas como prédios, a demolição enseja técnicos peritos no assunto. A título de exemplo, a operação para remoção de estruturas de concreto como pilares submersos, a partir do emprego de explosivos, também carece em medidas de contenção e segurança. É feita a circunscrição dos pilares utilizando estacas-pranchas formando ensecadeiras que, nesse caso em específico, atuam como elementos de cautela em face da possibilidade do lançamento de fragmentos rochosos. Papel esse muito semelhante ao embocamento e mantas de borracha. Há casos em que o emprego das placas de aço e o uso de materiais de borracha ocorrem simultaneamente.
Assim como tubulões, a escavação de rochas em fundações de barragens utilizando explosivos também se faz presente em obras civis. Na China, por exemplo, é possível encontrar, na norma de fundação nacional, aspectos regulamentados que no Brasil e em muitos outros lugares fazem parte tão somente da tomada de decisão de engenheiros e de todo o corpo técnico de uma obra.
Existe legislação no Brasil que delineia o uso de explosivos e outros aspectos associados a operação de escavação, porém nada tão específico como a norma chinesa. Para se ter uma ideia, a norma chinesa determina o procedimento para testes a serem realizados com o propósito de determinar a espessura de camada de solo que protege a camada rochosa da obra de fundação da barragem – inclusive a relação que deve haver entre essa camada de proteção e o diâmetro do explosivo.
Pode parecer um atraso por parte de outros países que não se pronunciam acerca desse tópico, mas muito disso se deve em função das especificidades das obras e também devido à carência de discussões que tratem do tema de forma mais profunda.
Nos próximos textos, daremos continuidade sobre o uso de explosivos na construção civil. Para acompanhar os nossos novos textos sobre explosivos, aplicação e diversas curiosidades, curta a página oficial da Valmon Engenharia no Facebook.